Incineração


Incineração

A incineração é um processo de destruição de resíduos. De uma forma simples é um processo de destruição térmica, através da combustão. Possibilita a redução do volume e peso dos resíduos, o que é uma das suas vantagens. Por outro lado há a destruição de microrganismos patogénicos que poderiam ser prejudiciais à saúde.
De acordo com os dicionários portugueses incinerar significa “reduzir a cinzas, queimar completamente”, do latim “incinerare”.
A incineração é isso mesmo, é um processo que utiliza altas temperaturas em equipamentos aptos de forma a queimar resíduos que podem sofrer este processo. Não é um sistema a ser utilizado com todos os materiais, mas é sim um método utilizado, enquadrado num programa adequado de gestão de resíduos, que inclui a educação ambiental para a redução da quantidade de resíduos produzidos, reutilização e reciclagem.
As grandes vantagens da incineração é que o volume dos resíduos é reduzido em 90 por cento e o peso em cerca de 70 por cento. 
Ao serem utilizados resíduos com um grande potencial energético, há conversão da energia calorifica libertada em energia elétrica. Por outro lado, no caso de se tratar de resíduos hospitalares, há a destruição de resíduos que poderão conter microrganismos patogénicos e por isso perigosos para a saúde pública. 


Mas há desvantagens que são: os elevados custos de construção das incineradoras, durante o processo de incineração dá-se a libertação de substâncias que poderão ser nocivas para o ambiente e população. Este facto faz com que seja necessária a construção de incineradoras adequadas, com recurso às mais recentes tecnologias, para a retenção das substâncias tóxicas, que acarretam riscos para a saúde pública.


Unidade incineradora


Como se processa a incineração?

A incineração é feita através da destruição térmica de resíduos. Esta é a explicação básica. 
Quando os resíduos chegam à incineradora estes são submetidos à fase de secagem, em que é reduzido o teor de água dos resíduos para fazer com que a combustão dos mesmos seja mais rápida e eficaz. São então transferidos para a zona de combustão em que são submetidos a temperaturas entre os 400 e 500ºC. Posteriormente, dá-se a combustão completa, a temperaturas que variam entre os 800 e 1000ºC. Os produtos resultantes são gases, águas residuais, cinzas, escórias e alguns metais. Todos eles têm de ser submetidos a tratamentos próprios.
As águas residuais são resultantes do arrefecimento das escórias e da lavagem dos gases e são considerados um resíduo perigoso, devendo por isso sofrer um tratamento adequado a ser submetido na ETAR agregada.
As escórias deverão ser depositadas em aterros para resíduos perigosos. Por outro lado os gases resultantes deverão ser submetidos a vários processos de forma a serem retiradas as substâncias perigosas que podem ser entre outras: chumbo, cádmio, mercúrio, cobalto, óxido de azoto, dioxinas e furanos, entre outros.

Processo completo de incineração

Co-incineração

A co-incineração consiste basicamente em aproveitar os fornos das cimenteiras tirando partido das suas altas temperaturas (entre 1450 e 2000 graus) para queima dos resíduos perigosos, ao mesmo tempo que se produz cimento. Consideram-se como resíduos perigosos uma gama variada de substâncias na forma líquida, sólida ou pastosa tais como: solventes de limpeza, solventes de indústria química, tinta e vernizes, óleos usados, alcatrões, betumes, lamas de estações de tratamento de águas, etc. Estes resíduos envolvem muitas vezes na sua constituição hidrocarbonetos e compostos clorados e fluorados entre outros, e alguns deles possuem um elevado poder calorífico.
O processo da co-incineração implica adaptações mínimas nas cimenteiras. Os resíduos perigosos industriais são encaminhados para uma estação de pré-tratamento - que constitui a «peça-chave» do sistema. Aí, os lixos com pouco poder calorífico são fluidizados, isto é, submetidos à trituração, dispersão e separação dos materiais ferrosos; já os resíduos líquidos são impregnados com serradura, podendo também sofrer uma centrifugação no caso dos que possuem uma grande quantidade de água; para os resíduos termofusíveis, como alcatrões e betumes, será feito o rearmazenamento em lotes. Somente após esta fase, os resíduos são enviados para as cimenteiras. Se acaso ocorrer um acidente no transporte, os efeitos ambientais serão inferiores à mesma situação antes desse pré-tratamento. Ou seja, acidentes graves têm uma maior probabilidade de ocorrência no transporte e processamento dos resíduos e na estação de pré-tratamento. Chegados às cimenteiras, os resíduos são pulverizados para o forno, aproveitando-se assim o seu poder calorífico, no caso dos combustíveis, ou as suas características como matéria-prima substituta para a própria produção de cimento. Embora não existam resíduos remanescentes deste processo, uma vez que estes são incorporados no próprio cimento, e as temperaturas e tempo de residência dos gases diminua a produção de gases tóxicos, deverá existir um sistema de tratamento, isto é, deverão ser aplicados filtros, de modo a reduzir ao máximo os efeitos de uma eventual fuga de gases.


Co-incineradora de Souselas




Incineração vs Aterros Sanitários





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