Compostagem


A compostagem é um processo natural de decomposição biológica de resíduos orgânicos dando originem um produto estabilizado chamado composto graças à atividade de seres vivos. Na fase de maturação ou cura, a matéria previamente oxidada sofre um processo de humificação, isto é, forma um produto rico em matéria orgânica proveniente de animais e vegetais em decomposição, denominado húmus, com odor de terra vegetal, que pode ser facilmente manuseado e armazenado, e quando aplicado ao solo não causa danos à produção agrícola. A temperatura oscila entre 30 e 45°C e depois decresce para a temperatura ambiente. A população bacteriana é baixa, sendo encontrados principalmente fungos e actinomicetos (é um grupo heterogéneo com características de fungo e bactérias). O composto possui muitos nutrientes e é facilmente assimilado pelas plantas, é útil na agricultura, jardinagem, parques públicos, etc. A compostagem é uma forma de eliminar metade do problema dos Resíduos Sólidos Urbanos, dando um destino útil aos resíduos orgânicos, evitando a sua acumulação em aterro, transformando um problema em solução, melhorando a estrutura do solo, devolvendo à terra os nutrientes de que necessita, aumentando a sua capacidade de retenção de água, permitindo o controlo da erosão e evitando o uso de fertilizantes sintéticos. Este processo permite tratar os resíduos orgânicos domésticos (restos de comida e resíduos de jardim) bem como os resíduos verdes provenientes da limpeza de jardins e parques públicos. A compostagem pode ser feita em estações de tratamento, para onde são encaminhados os resíduos sólidos urbanos. Neste tipo de instalações, o controlo do processo apresenta por vezes dificuldades, visto ser necessário coordenar fatores como a temperatura, humidade, pH e arejamento. As dificuldades tornam-se maiores quando a matéria orgânica é recolhida juntamente com os restantes resíduos, uma vez que, nesse caso, torna-se praticamente impossível remover totalmente determinados componentes que podem ser tóxicos para a fauna microbiana e materiais não biodegradáveis. Por este motivo, há todo o interesse que os sistemas de recolha separem, à partida, uma parte significativa dos materiais que não são fermentáveis. O processo de compostagem pode ser levado a cabo, em pequena escala, no jardim das nossas habitações, das nossas escolas, desde que para isso estejam garantidas as condições necessárias.





Unidade de Compostagem Industrial


As vantagens da compostagem são:
·                A quantidade de resíduos orgânicos no lixo visto que a matéria orgânica atinge 40% do total de resíduos sólidos urbanos portugueses, por isso a compostagem torna-se essencial no tratamento deste tipo de resíduo.

·                O aumento da produção de resíduos dado que atualmente cada português produz em média 1,2 kg de lixo por dia, quando há vinte anos só produzia metade desse valor. Com este crescimento acelerado de produção de lixo, torna-se importante valorizar a compostagem como forma de tratamento e redução da quantidade de resíduos gerados e encaminhados para o aterro ou para a incineração. Os resíduos ganham, desta forma, uma nova vida, permitindo ainda a redução da ocupação efetiva dos solos decorrente destes dois sistemas de destino final de resíduos.
·                A baixa fertilidade dos solos na medida em que tendo em conta que os solos portugueses são muito pobres em matéria orgânica, a compostagem seria uma forma de os enriquecer. O produto final (o composto) é um fertilizante orgânico que melhora a textura do solo, combate a erosão, aumenta a capacidade de armazenamento de água utilizável pelas plantas, diminui a incidência de doenças e consequentemente reduz o uso de herbicidas e pesticidas. Num jardim biológico o composto é indispensável, por devolver à terra o que a colheita retirou.




Central de Compostagem



Compostagem caseira

É a melhor solução para reciclar quase todos os restos de comida, de jardim e da horta, produzidos numa casa ou numa escola, sem recorrer a grandes custos ou manutenção. Por isso, pode integrar-se este processo no dia-a-dia da escola, porque vai enriquecer o processo curricular, através de atividades teóricas e práticas. Envolver os alunos, professores e funcionários numa ação amiga do ambiente, permite rentabilizar as vantagens da reciclagem orgânica produzindo um fertilizante de qualidade para os espaços verdes da escola ou então que obtendo fundos através da venda do mesmo.
O que antes não servia para nada, agora serve para muito, porque os resíduos orgânicos, se forem recolhidos seletivamente, de forma a evitar contaminação mediante substâncias tóxicas, podem ajudar em muito a Natureza. Através da construção e enchimento de um compostor coloca-se a Natureza a trabalhar de forma natural.


Os ingredientes necessários são:
·                Materiais orgânicos;
·                Ar;
·                Água;

Dado que estes ingredientes são fáceis de obter o que torna muito simples todo o processo da compostagem, e para ajudar no processo de compostagem basta colocar minhocas para acelerar o processo de compostagem dado que as mesmas detrioram os resíuos orgânicos. Os materiais biodegradáveis são classificados de castanhos ou verdes. Os castanhos são os resíduos do jardim já secos, como aparas de madeira, relva e folhas castanhas, palha, feno, serradura e plantas mortas. Estes materiais são ricos em carbono, o constituinte mais abundante na madeira, e pobres em azoto, o constituinte mais importante das proteínas. Os verdes são os vegetais, frutas e folhas verdes, etc., que são muito mais ricos em azoto do que os castanhos. Um erro que é muito frequente é a introdução de restos de comida cozinhados, algo que não se deve colocar. Num compostor devem-se alternar as camadas de material castanho e verde, sucessivamente. Mas há que ter em atenção, que a última camada tem de ser sempre de material castanho, para minimizar os maus cheiros durante todo o processo.
O processo tem de ter um acompanhamento contínuo, porque a falta ou excesso de água podem atrasar e interferir com os métodos metabólicos que conduzem à compostagem, por isso é conveniente regar e revirar a pilha com alguma regularidade. Quando o material do compostor ficar com o aspeto de terra escura, sem odor e à temperatura ambiente, o produto final – o composto – está formado. Isto pode demorar entre 3 e 12 meses. O composto antes de ser retirado deverá ser trespassado para remover qualquer elemento que não tenha sido convenientemente transformado. Mesmo depois de o composto estar finalizado, deverá ficar armazenado umas semanas até diminuir de volume para assegurar a obtenção de um produto totalmente estável, que permitirá formar o húmus no solo.

Compostor


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